A turma 2°CV do C.E.P.E.S.F fez uma entrevista com dois policiais, representantes da Polícia Militar de Dias d'Ávila, no intuito de saber mais a respeito da vida do jovem negro em Dias d'Ávila.
(ENTREVISTA)
Entrevistadora: -Você considera Dias d'Ávila uma cidade segura para jovens negros?
Policial 1: Eu acho que...eu acho que não
Entrevistadora: Não?
Policial 1: Não é por ser Dias d'Ávila. Infelizmente o nosso país é um país racista, qualquer local que você vá você se sente observado. Eu já passei por isso, talvez vocês tenham passado também, por que não existe isso de que o racismo acabou. Não! Sempre vai ter racismo. Qualquer cidade como Dias d'Ávila, vai ser também racista na minha opinião.
Policial 2: É como ela falou né?! Ela tem o tom mais escuro, eu tenho o tom mais claro, mas eu também sou negro. Eu vim de família negra e eu me considero negro. E é como ela falou, é uma coisa bem cultural. Tenta-se diminuir, lógico com campanhas e etc., mas sabe-se que infelizmente isso ainda se encontra na nossa sociedade. Agora a questão da segurança que você falou que é o nosso caso (policia militar), o serviço que a gente presta é no sentido geral, independe de cor, religião,raça, de condição econômica. Então assim a segurança, a sensação de segurança que a policia militar pode dar ao negro, ela pode dar ao branco também. Então independe, nesse caso a gente leva pra os números, por exemplo, no Brasil quase 60 mil mortes em 2018 e 2017. Reduzimos um pouco agora, então isso varia muito de cidade, por exemplo, Simões Filho se não me engano foi a terceira cidade em relação a homicídio no Brasil. Então a questão que você perguntou, se Dias D'ávila é uma cidade segura para negros?! Eu diria que é pra comunidade geral. A Policia Militar está fazendo sua parte, está na rua levando a ostensividade. A prevenção. Indo às escolas. Fazendo projetos. Tentando fazer junto a comunidade, a segurança. A policia sozinha não consegue fazer a segurança. Tem que ter a comunidade também.
Entrevistadora: Comparando os anos anteriores com os dias de hoje, o índice de violência contra negros aumentou ou diminuiu?
Policial 1:É muito especifico né?
Entrevistadora: Por exemplo, o senhor acha que em 2015, 2016 e 2017 comparado com 2019 teve mais casos de violência?
Entrevistadora: É porque assim, se a gente for analisar o Brasil na sua origem é negra. A Bahia por si só em sua maioria é negra, então pra você dizer "cresceu"[...] A gente leva aí a questão da vulnerabilidade social se você analisar o contexto da massa pública ela tem muita vulnerabilidade social, observando o que acontece nas periferias, as políticas públicas, educação, saúde, alimentação, oferta de emprego, então na falta dessas políticas públicas, infelizmente não é que nem aquelas frases "A pessoa é vitima porque o estado não dá condição" ou " a pessoa é criminosa porque o estado não dá condição". Não é isso, eu não concordo com isso. Independente da criação, independe do local, mas se a gente for analisar hoje, na nossa sociedade as pessoas negras estão mais suscetíveis a seguir, mas não significa que é por ser negro, porque se agente for analisar existe o racismo e a injuría racial, o racismo é quando você afeta um grupo né e a injuria racial é quando é contra uma pessoa. E aqui nós não temos dados de injuria racial, ai sim seria por ela ser negra. É que nem no caso do feminicídio, da homofobia, casos de crimes específicos, falando no contexto geral da violência.
Entrevistadora: Depois de um individuo relatar um denúncia o que pode prevenir que o agressor continue cometendo a violência? Por exemplo, eu cometo um ato de agressão contra uma amiga ela me denuncia, mas logo após isso eu continuo agredindo ela, como ela pode impedir isso?
Policial 2: No caso a gente pode melhorar essa sua pergunta, no caso qual a função de cada instituição né, qual a função da polícia militar, qual a função da polícia civil. A policia militar, ostensiva e preventiva está na rua fardada, a viatura fica localizada e caracterizada, está ali pra prevenir que você faça isso, o fato da viatura estar ali vai prevenir você. Quando acontece o fato e a vitima liga pra polícia ou vai ate a unidade policial, a viatura chega e pega a situação em flagrante o que é que acontece?ela leva até a delegacia onde vai ser registrado e vai haver processos por fora, quando isso não acontece nós policiais já entramos em cena,vocês serão intimados e ai ela vai dar a queixa e vai ter o processo também.
Policial 1: O que também poderia ser feito é um trabalho social, você que agrediu poderia fazer trabalhos sociais, você que cometeu injúria racial o juiz poderia determinar que você faça trabalhos sociais para amenizar a sua pena.
Entrevistadora: Como a policia trabalha para a diminuição dessa violência?
Policial 1: Bem é como a gente falou fazendo projetos, tentando mostrar que a policia militar não é so depressiva que ela também faz os serviços sociais dela.
E com esta pergunta a entrevista foi finalizada, ambos os policias foram muito simpáticos e educados e, nós do 2°CV - CEPESF, agradecemos a colaboração.
(ENTREVISTA)
Entrevistadora: -Você considera Dias d'Ávila uma cidade segura para jovens negros?
Policial 1: Eu acho que...eu acho que não
Entrevistadora: Não?
Policial 1: Não é por ser Dias d'Ávila. Infelizmente o nosso país é um país racista, qualquer local que você vá você se sente observado. Eu já passei por isso, talvez vocês tenham passado também, por que não existe isso de que o racismo acabou. Não! Sempre vai ter racismo. Qualquer cidade como Dias d'Ávila, vai ser também racista na minha opinião.
Policial 2: É como ela falou né?! Ela tem o tom mais escuro, eu tenho o tom mais claro, mas eu também sou negro. Eu vim de família negra e eu me considero negro. E é como ela falou, é uma coisa bem cultural. Tenta-se diminuir, lógico com campanhas e etc., mas sabe-se que infelizmente isso ainda se encontra na nossa sociedade. Agora a questão da segurança que você falou que é o nosso caso (policia militar), o serviço que a gente presta é no sentido geral, independe de cor, religião,raça, de condição econômica. Então assim a segurança, a sensação de segurança que a policia militar pode dar ao negro, ela pode dar ao branco também. Então independe, nesse caso a gente leva pra os números, por exemplo, no Brasil quase 60 mil mortes em 2018 e 2017. Reduzimos um pouco agora, então isso varia muito de cidade, por exemplo, Simões Filho se não me engano foi a terceira cidade em relação a homicídio no Brasil. Então a questão que você perguntou, se Dias D'ávila é uma cidade segura para negros?! Eu diria que é pra comunidade geral. A Policia Militar está fazendo sua parte, está na rua levando a ostensividade. A prevenção. Indo às escolas. Fazendo projetos. Tentando fazer junto a comunidade, a segurança. A policia sozinha não consegue fazer a segurança. Tem que ter a comunidade também.
Entrevistadora: Comparando os anos anteriores com os dias de hoje, o índice de violência contra negros aumentou ou diminuiu?
Policial 1:É muito especifico né?
Entrevistadora: Por exemplo, o senhor acha que em 2015, 2016 e 2017 comparado com 2019 teve mais casos de violência?
Entrevistadora: É porque assim, se a gente for analisar o Brasil na sua origem é negra. A Bahia por si só em sua maioria é negra, então pra você dizer "cresceu"[...] A gente leva aí a questão da vulnerabilidade social se você analisar o contexto da massa pública ela tem muita vulnerabilidade social, observando o que acontece nas periferias, as políticas públicas, educação, saúde, alimentação, oferta de emprego, então na falta dessas políticas públicas, infelizmente não é que nem aquelas frases "A pessoa é vitima porque o estado não dá condição" ou " a pessoa é criminosa porque o estado não dá condição". Não é isso, eu não concordo com isso. Independente da criação, independe do local, mas se a gente for analisar hoje, na nossa sociedade as pessoas negras estão mais suscetíveis a seguir, mas não significa que é por ser negro, porque se agente for analisar existe o racismo e a injuría racial, o racismo é quando você afeta um grupo né e a injuria racial é quando é contra uma pessoa. E aqui nós não temos dados de injuria racial, ai sim seria por ela ser negra. É que nem no caso do feminicídio, da homofobia, casos de crimes específicos, falando no contexto geral da violência.
Entrevistadora: Depois de um individuo relatar um denúncia o que pode prevenir que o agressor continue cometendo a violência? Por exemplo, eu cometo um ato de agressão contra uma amiga ela me denuncia, mas logo após isso eu continuo agredindo ela, como ela pode impedir isso?
Policial 2: No caso a gente pode melhorar essa sua pergunta, no caso qual a função de cada instituição né, qual a função da polícia militar, qual a função da polícia civil. A policia militar, ostensiva e preventiva está na rua fardada, a viatura fica localizada e caracterizada, está ali pra prevenir que você faça isso, o fato da viatura estar ali vai prevenir você. Quando acontece o fato e a vitima liga pra polícia ou vai ate a unidade policial, a viatura chega e pega a situação em flagrante o que é que acontece?ela leva até a delegacia onde vai ser registrado e vai haver processos por fora, quando isso não acontece nós policiais já entramos em cena,vocês serão intimados e ai ela vai dar a queixa e vai ter o processo também.
Policial 1: O que também poderia ser feito é um trabalho social, você que agrediu poderia fazer trabalhos sociais, você que cometeu injúria racial o juiz poderia determinar que você faça trabalhos sociais para amenizar a sua pena.
Entrevistadora: Como a policia trabalha para a diminuição dessa violência?
Policial 1: Bem é como a gente falou fazendo projetos, tentando mostrar que a policia militar não é so depressiva que ela também faz os serviços sociais dela.
E com esta pergunta a entrevista foi finalizada, ambos os policias foram muito simpáticos e educados e, nós do 2°CV - CEPESF, agradecemos a colaboração.
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