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As Fake News e seus impactos da sociedade contemporânea 2° CV

                   COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR EDILSON SOUTO FREIRE

                                 e-mail: cepesf2cv2019@gmail.com | 2° CV 

                                                                                                                  Alunos:
                                                                                                                           Cleidson Melo
                                                                                                                            Erica Oliveira
                                                                                                                          Leila Marcelino
                                                                                                                             Yslan Sousa
                                                                    
                                                                                                                         
   
                                                                                                                         




                           As Fake News e seus impactos da sociedade contemporânea






Resumo

      O presente artigo busca sintetizar o debate sobre as mudanças de postura do jornalismo de referência, consideradas a partir de um cenário de mudança causado notoriamente por uma quebra na credibilidade, principalmente frente ao avanço veloz do fenômeno das notícias falsas. Ao observar e exemplificar que as notícias falsas são fruto de um desrespeito aos cânones e valores fundamentais do jornalismo, é possível analisar seu impacto. Provocados pela repercussão de um caso específico - o assassinato da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro, de notícias falsas nas redes sociais, decidimos observar a maneira com a qual a mídia de referência retratou o episódio. É possível observar que há um giro do jornalismo que deixa de estar centrado na cobertura dos fatos e passa ao modelo das narrativas ou apelações.

·         Palavras-chave: Jornalismo; notícias falsas; fake news; política; credibilidade



Introdução


    O presente artigo busca dar seguimento a uma primeira pesquisa realizada em um trabalho de as fake News e seus impactos da sociedade contemporânea. (2017), introdutório sobre a temática das notícias falsas (ou ​fake news ​). Ao observar um crescente e notória repercussão do tema, tanto no meio acadêmico, como recentemente na mídia de referência, decidimos continuar o estudo do assunto, haja visto que há um maior gama conteúdo e materiais passíveis de uma análise mais aprofundada. Provocados pela influência das denominadas popularmente pelo inglês ​fake news em diversos campos da sociedade, principalmente no cenário político, decidimos procurar entender alguns aspectos: primeiramente, compreender o surgimento do fenômeno​fake news e sua relação como cenário político e, por fim, observar a retratação do tema na mídia de referência. Consideramos pertinente reafirmar que o tema ainda é muito recente no meio acadêmico, o que reforça a nossa necessidade, como estudantes de jornalismo, de debater e estudar sobre a temática. Ao pesquisar conceitos e teorias acerca do assunto nota-se que tal fenômeno ocorre devido a uma relação: uma quebra de credibilidade da mídia de referência juntamente com o avanço da produção e compartilhamento de conteúdo nas redes sociais. Essa relação mostra que a Internet se tornou um cenário propício para que usuários, tanto jornalistas como leitores leigos, sintam-se com liberdade de produzir, compartilhar e expressar suas opiniões e conceitos sobre quaisquer temas, sobretudo política. Já os profissionais jornalistas e pesquisadores do campo acadêmico observam uma tensão cada vez mais crescente, em seus ambientes de trabalho e estudo, visto que esse assunto acaba depondo contra os princípios jornalísticos consagrados como os de agendamento, apuração junto a uma diversidade de fontes, confronto de versões contraditórias etc. para a redação de notícias.
É impossível negar que o principal pano de fundo para o surgimento e             proliferação dos fenômenos explicitados nesse trabalho é o cenário político, ainda mais nos tempos atuais, haja visto que diversos acontecimentos no campo político mundial têm ganhado destaque. Em um trabalho anterior Lavarda et al. (2017), introdutório sobre a temática das notícias falsas, foi possível afirmar, após breve análise de reportagens, que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos em 2016, foi um dos eventos políticos mais afetados pela emergência das ​fake news. Outra análise que antecede o presente artigo, apresentada em Sanchotene, Silveira e Lavarda (2017), constatamos que durante a semana que antecedeu a votação da abertura do processo de Impeachment do Presidente Dilma Roussef, três das cinco notícias mais compartilhadas nas redes sociais eram falsas. A análise considerou a circulação de notícias e sua propagação a partir dos comentários de leitores no Facebook. Os comentários analisados permitiram o enquadramento dos leitores entre questionadores, apoiadores e alertas. É em tal cenário político de grandes agitações que surge o caso particular que nos chamou a atenção: foi a repercussão do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A vereadora e seu motorista foram executados em um carro no dia 14 de março de 2018 e imediatamente, o fato já gerou grande comoção pública. A repercussão se deu de maneira expressiva principalmente nas redes sociais, como por exemplo no Twitter, onde, segundo a Fundação Getúlio Vargas, houve 567 mil menções ao nome da vereadora, a tingindo um pico cerca de duas horas depois do homicídio, com 594 "tuítes" por minuto. Em março deste ano a vereadora do Rio de Janeiro Marcelle Franco foi assassinada, dentro de seu carro, no centro da cidade, junto com ela estava seu motorista que também morreu no local. A morte da vereadora causou fortes comoções com  a sociedade, a maioria usou as redes sociais para falar sobre o assunto. Marielle era defensora de negros, homossexuais e dos direitos das mulheres e usava suas redes sociais para afirmar as causas que defendia. Por ser uma pessoa pública, a sua morte gerou inúmeras notícias e publicações, feitas tanto por veículos de comunicação, como por usuários da Internet e a partir dessas publicações, começaram a surgir e proliferar-se tanto notícias verídicas sobre o caso e a vida de Marielle como também as ​fakes news. Uma pesquisa do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), divulgada pelo jornal ​O Globo, revelou que a notícia mais compartilhada na internet sobre a morte de Marielle Franco era uma​fake news comprovada. O monitor do debate político da USP também confirma o estudo. A notícia falsa saiu do site ​Ceticismo Político , página ligada ao MBL, e associava Marielle ao traficante Marcinho VP e à facção Comando Vermelho. Houve pelo menos 400 mil compartilhamentos: “O site Ceticismo Político publicou um texto que teve papel fundamental na disseminação das falsas acusações. O link foi divulgado no Facebook, e, pouco depois, o Movimento Brasil Livre (MBL) replico uma mensagem, ampliando ainda mais a repercussão”, informou ​O Globo.  Essa foi apenas a notícia mais compartilhada, porém não foi a única notícia falsa. A partir dela, uma onda de novas notícias foi publicada e disseminada pela Internet, principalmente pela rede social ​Facebook. ​Os ​posts ​e notícias que mais ganharam visibilidade e compartilhamento foram os que afirmavam que a vereadora havia engravidado aos 16 anos, que ela seria casa da comum dos maiores traficantes do Rio de Janeiro e era usuária de maconha. Após a repercussão desses rumores familiares e conhecidos de Marielle desmentiram as notícias, assim como portais, site se apropria mídia de referência também tomaram a iniciativa de ajudar informando que esses casos eram falsos. Já alguns perfis e portais que produziram e disseminaram esses boatos foram excluídos da​ ​ Internet, saindo do ar. De acordo com Silva (2017), as respostas dos jornais e portais de credibilidade, geralmente versões digitais dos impressos, contra a proliferação dos rumores e boatos, ganham força em todo o mundo ao transformarem suas publicidades em antídotos contra as falsas notícias. Aqui no Brasil, a mídia de referência também se viu na obrigação de informar os leitores e telespectadores acerca dos boatos que proliferam-se na Internet. No dia 8/03/2018, por exemplo, o Jornal Nacional, telejornal da Rede Globo, já havia veiculado na TV uma reportagem repercutindo um estudo de pesquisadores americanos sobre a difusão das notícias falsas. Após o assassinato de Marielle, o Jornal Nacional continuou dando ênfase para a questão, como em reportagem exibida no dia 20/03/2018 onde foi informado que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) havia decidido apurara condutada desembargadora Marília Castro Neves devido à sua publicação de ​fake news ​ sobre a vida pessoal de Marielle Franco(caso que destacamos anteriormente). Em reportagem do dia 23/03/2018 do mesmo tele jornal, foi informado que a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro havia aberto uma investigação para saber de onde partiram os vídeos contendo calúnias e ofensas contra a vereadora e seu motorista. É possível observar que todas as três reportagens citadas, veiculadas no Jornal Nacional, se a teram principalmente ao valor-notícia dos acontecimentos e sua importância para os desdobramentos do caso Marielle. Porém, durante as matérias foi possível constatar a utilização do caso como “gancho” para falar das ​fake news, uma vez que foram dedicados vários minutos da reportagens para falar especificamente sobre o fenômeno de maneira bastante didática. Também da Rede Globo, o programa de formato revista eletrônica, Fantástico, já havia produzido uma grande reportagem veiculada no dia 25/02/2018, onde, durante mais de 17 minutos era explicado didaticamente ao telespectador, através inclusive de um experimento de criação de uma notícia falsa, como esse tipo de notícia nasce, se reproduz e qual é sua finalidade. Com a repercussão do assassinato da vereadora Marielle, o assunto voltou a ser destaque no Fantástico, em reportagem veiculada no dia 18/03/2018, onde foram desmentidos os crescentes boatos sobre a política, através de depoimentos de familiares e dados sobre sua eleição, por exemplo. Foi possível observar que usuários da Internet, por sua vez, também tomaram posições como cada dia mais há a veiculação em massa de noticia de checagem dos fatos e das fontes via internet, e isso tem causado grandes impactos negativos na sociedade, visto e em muitas pessoas não sabem discemir a realidade de boatos ou mentiras.
Com as chamadas Fake News em alta no mundo, o trabalho dos jornalista ao produzir matérias significativas tem sido prejudicado, pois acabam competindo com os boatos e matérias sensacionalista, que distorce o acontecimento e propagam ideias errôneas. Segundo pesquisa do instintuto reuters para o estados do jornalismo ,as redes sociais são a maior fonte de noticias para os brasileiros.E isso só aumenta: em 2013,o percentual de pessoas que usava as redes sociais como fonte de notícias era de 47%; em 2016 ,passou para 72%.Com isso, é nítido que quanto maior for a veiculação de um fato sem checagem, maior número de pessoas atingidas, podem acarretar prejuizos morais/socias/financeiros, etc. 
Os grandes veiculos de comunicação, como jornal O Globo, revista época,jornal Extra, jornal Valor Econômico e rádio CBN, têm feito campanhas para aletar a população sobre os cuidados que se deve ter com as Fake News, porque,  em 2018, pode-se dizer que a internet ganhou o titulo em circulação de noticias falsas pelo mundo. 
No Brasil, infelizmente, não é diferente: um exemplo foi o caso de vereadora Marielle Franco – após ter sido executado no Rio de Janeiro- , espalharam boatos vinculando seu nome como esposa de um traficante do Comando Vermelho a fim de desqualificar sua imagem justificando sua morte como um acontecimento ´´bom´´ para o pais.

Segundo, levanmento feito pela Psafe DFNDR, aplicativo de segurança para android, 8,8 milhões de brasileiras foram impactados com Fake News em três meses em 2018 e 95,7% das noticias falsas foram desseminadas pelo whatsapp. 


Conclusão
         Como resultado da emergência das mídias sociais face às atividades      jornalísticas, notamos o crescimento de novas práticas reconhecidas como notícias falsas. Provocados por importantes acontecimentos no cenário político mundial e nacional, percebemos que a prática das notícias falsas influencia fortemente a formação da opinião pública, principalmente quando origina-se de pessoas de grande influência perante a sociedade. Aliado a isso, percebemos que a discussão sobre as notícias falsas está relacionada tanto à credibilidade jornalística quanto aos novos modelos de produção da comunicação pública. A cobertura jornalística e a circulação de notícias falsas no acontecimento referente ao assassinato da vereadora carioca expõe exemplar mente as consequências do consumo de notícias referentes ao âmbito periférico da sociedade brasileira, conforme os diversos estudos do grupo de pesquisa Comunicação, identidades e fronteiras vêm apontando.  Acreditamos que o tema precisa ser estudado com cautela e observado a partir de outros ângulos, dado que está em grande emergência e influência no campo político, refletindo assim nas ações da sociedade.  É possível também observar que há um giro do jornalismo que deixa de estar centrado na cobertura dos fatos e passa ao modelo das narrativas ou apelações, deixa de estar associado apenas à linguagem verbal escrita, para ser encarado como um fenômeno universal, amplamente vasto, susceptível de apresentar-se sob diferentes suportes e em tempos diversos (ARAÚJO 2011). O fenômeno tem como base a emergência do cenário da comunicação compartilhada e supõe o reconhecimento da superação do paradigma informacional em favor do paradigma interacional (FRANÇA, 2003). A atividade colaborativa internacional apresenta-se como fundamental. Concluímos então, que o fenômeno ocorre em meio a mudanças no jornalismo, que sai do patamar da objetividade para o da subjetividade ao estar descobrindo novas formas de pensar a si mesmo. Como expomos anteriormente, as narrativas têm sido ultimamente utilizadas para propagar notícias falsas e discursos infundados, desenhando-se em meio às novas formas do jornalismo não condizentes comas práticos profissionais considerados adequadas e confiáveis.

Referências

BERGER, C. Em torno do discurso jornalístico. In: FAUSTO NETO, A.; PINTO, M. J. (Org.). O indivíduo e as mídias​. Rio de Janeiro: Diadorim, 1996. p. 188-193.
ARAÚJO, B. B. ​A narrativa jornalística e a construção do real. 2011. ​Disponível em: <​http://www.bocc.ubi.pt/pag/araujo-bruno-a-narrativa-jornalistica-construcao-real.pdf​ >. Acesso em: 01 jul. 2017.
CANAVILHAS, J. Do gatekeeping ao gatewatcher: o papel das redes sociais no ecossistema mediático. ​Nuevos Medios, Nueva Comunicación. ​Covilhã, Portugal. v. 29, 2010. Disponível em: ​https://goo.gl/xiTV7T​ >. Acesso em: 26 jun. 2017.  
CÓDIGO DE ÉTICA DOS JORNALISTAS BRASILEIROS. Brasília: Fenaj, 2007. Disponível em: <www.fenaj.org.br>. Acesso em: 13 abr. 2018. DEUZE, M.; WITSCHGE, T. Além do jornalismo. ​Leituras do jornalismo​, Bauru, ano2, n.2, 20015.
FRANÇA, V. L. Quéré. Dos modelos da comunicação. ​Fronteiras – Estudos Midiáticos. ​ v. V, n.2, 2003. p. 37-51.
G1. ​Protocolada no CNJ representação contra desembargadora por notícia falsa sobre Marielle. ​Disponível em: <​https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/protocolada-no-cnj-representacao-contra-desemb argadora-por-notícia-falsa-sobre-marielle. ghtml​ >. Acesso em: 29 mar. 2018.
G1. ​Após divulgar fake news sobre Marielle, deputado Alberto Fraga suspende redes sociais. ​ Disponível em: <​https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/apos-divulgar-fake-news-sobre-marielle-deputa do-alberto-fraga-suspende-redes-sociais. ghtml​ >. Acesso em: 30 mar. 2018.
https://youtu.be/nj72lCoRt6o


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